Eu já tinha gostado tanto, mas não sei por onde dizer se, mais ainda, devido especificamente aquela constante figura de flor. Que representava exatamente o quê, em grande parte das músicas de Rômulo Lopes? "Me diz você se tem amor, pois de onde vim faltou" dizia uma que muito me empolgou.
Eu fui antes de tudo, melódica e poeticamente atraído, mas, a questão é que a figura, principalmente pel'aqueles dias, anabolizou uma doença minha. Facilito chamando de Fernandocentrismo, pois que me importo bem pouco de assumir presunções, arrogância ou esquizofrenia. E naqueles dias a vida dizia que a flor chegara, como literalmente dizia uma das músicas de Rômulo Lopes. E circunscrito nessa esquizofrenia, como que por me agarrar em requicios de uma falha do véu da existência, uma sobra que se mostrou erroneamente acima dos panos da maquinaria que sustenta o que se vê do existir, algo vindo do outro lado da parede do que é permitido conceber e sentir, remoo com o mais profundo e estranho prazer qualquer coincidência. Tal característica é base do composto de minha essência e em nenhum momento assumo que seja virtude. Veja bem: fosse de ser opção, muito pouco que eu queria está nessa condição de sonhador bobo beirando a retardasse. Mas, tão simplesmente, como romântico doentio que sou, pergunto como poderia minha esquisitisse sentir, se não como anabolizante, tão poético pratão, que naqueles dias a vida dera a mim. Ainda que tu se encontrasses tão respeitosa se perdendo a emular lenta possibilidades de interesses e rupturas, e tivesses longe, noutro bosque, eu sabia no fundo que podia colher a ti, minha flor. Hoje concluídas as profecias, não pode senão brotar pouco receio por esse sentir: quero cedo proferir que te amo. Quanto mais que tal pressa seja natureza minha. E como tão prazerosamente agora assusta em duas semanas lhe conhecer dez vez mais que isso. Isso de querer querer, que me resulta as vezes intrigado, por eu ter querido querer e você ter me vindo também assim; Isso, que parece ser somente simples e prático, e aparentemente resolvido em uma descrição didática; Não posso dizer que é complexo; Não me sinto a vontade em definir por mágica; Isso de querer querer é inato e determina. Isso de querer querer, é o que faz você do nada me dar um beijo na rua: olhas prum lado como vendo coisa, mas sendo mais que míope vê turvo, torna do transe a me beijar como numa vigília de quem tem que amar, e ama. Mas tudo isso nunca se limita ao que é, pois é infinito na proposta. Outrora, os receios que tomaram conta, o foram pelo meu eu fatigado de nunca mais ter tido um amor bonito e ter estado sempre no lugar e na hora errada. No fim eu cedo e sigo vendado, com o mais sublime e possível não-medo pela certeza que um alguém ande a nos querer fazer um grande bem. E por tão cedo querido compor a melhor música de felicidade de amor, naturalmente brota sentir ter sido tão bobo. Naturalmente vem se impor o inverso do meu altismo e me diz bem tarde como eu não deveria ter sido. Pois que se não cai, eu poderia ter caído. Mas se não esse Mergulho, qual seria a essência do romântico? É óbvio que eu já deva dizer que te amo. Certa vez foi lindo você dizer baixinho que eu podia. Como certa vez me disseram baixinho que eu podia compor um milhão de canções de amor. Eu soube o tempo todo que você viria. Será que não foi exatamente por crer, que você veio? Ou por crer, lhe criei, minha querida? Com muita certeza eu cria sem notar que você viria e hoje você é a coisa mais linda. |